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Conselhos estão prontos para a nova geração? A urgência de um diálogo real
Nos últimos anos, o desafio de preparar as novas gerações para liderar empresas familiares ganhou relevância. Mas uma pergunta essencial precisa ser feita: **até que ponto os Conselhos e conselheiros realmente compreendem e estão se aproximando da mentalidade e dos valores da nova geração? Estariam eles preparados para enfrentar as demandas de um grupo que busca propósito, inovação e equilíbrio, ou ainda estão presos em práticas do passado que já não se conectam ao futuro?
Um diálogo ou um monólogo?
A verdadeira questão é se os conselhos de empresas familiares estão prontos para dialogar com as novas gerações, ou se continuam impondo as antigas fórmulas de gestão. Tradicionalmente, o conceito de sucessão sempre permeou a governança das empresas familiares, implicando em uma passagem linear de poder de uma geração para outra. Mas será que esse modelo ainda faz sentido?
No lugar da velha noção de sucessão, que carrega a ideia de substituição e até de “fim de ciclo”, o Instituto Empresariar propõe o conceito de IGS – Integração de Gerações Sustentável. Nesse modelo, não se trata de substituir a geração anterior, mas de integrar todas as gerações em um processo contínuo e colaborativo, onde cada uma contribui com sua visão e habilidades, mantendo o legado vivo e adaptado às novas realidades. Essa integração gera uma dinâmica mais fluida e sustentável, que respeita o tempo e a experiência dos mais velhos, mas acolhe a inovação e os valores da nova geração.
Formação de Conselhos e Conselheiros: o momento de reescrever o manual
Uma formação eficaz para conselheiros precisa ir além da governança corporativa tradicional. A preparação dos conselhos deve incluir, de forma fundamentada, a pauta da integração entre gerações. Isso significa que os conselheiros devem ser preparados não apenas para gerir de forma eficiente, mas para entender e incorporar as novas demandas trazidas pela IGS.
Os Conselhos precisam de uma reformulação em suas estratégias e práticas, onde o foco seja integrar os valores das novas gerações desde cedo, e não apenas quando o momento de “sucessão” estiver próximo. As formações precisam abordar como manter o equilíbrio entre tradição e inovação, trazendo as gerações mais novas para o centro das decisões sem alienar as mais antigas.
Conflito ou colaboração?
O conflito entre gerações é inevitável, mas o Método IGS propõe que esse conflito seja um motor para a colaboração e inovação. Conselhos que ainda se isolam em uma torre de marfim, desprezando as novas ideias da geração emergente, correm o risco de perder relevância. A geração mais jovem valoriza a sustentabilidade, a inclusão e o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho. Eles querem ser ouvidos, mas também querem co-criar o futuro do negócio junto com as gerações anteriores*, e não simplesmente substituí-las.
Governança tradicional está em xeque?
O conceito de governança ecossistêmica, defendido pelo método BFB – Balanced Family Business, alinha-se diretamente com a IGS. Ele parte da premissa de que a governança não pode ser uma estrutura rígida imposta de cima para baixo, mas sim um ecossistema vivo, onde a integração de gerações é o alicerce. A governança deve começar pela família e seus valores, e fluir naturalmente para os negócios, criando uma harmonia entre legado e inovação.
O futuro está batendo à porta
A pergunta que fica é: Os Conselhos de Administração estão realmente prontos para integrar essa nova geração? Não basta oferecer um assento à mesa para os mais jovens; é preciso dar-lhes espaço para inovar e participar das decisões estratégicas. Isso começa com uma formação de conselheiros que entenda a importância da Integração de Gerações Sustentável (IGS) e sua aplicação prática.
Se não houver uma adaptação rápida, os Conselhos correm o risco de se tornarem obsoletos, desconectados tanto das novas gerações quanto das demandas contemporâneas do mercado. O sucesso das empresas familiares no futuro depende diretamente da capacidade de seus Conselhos de evoluírem e abraçarem a IGS, tornando essa integração intergeracional um dos pilares centrais da governança.
Os Conselhos que desejam manter sua relevância devem agir agora. O futuro das empresas familiares não pode ser construído com ferramentas do passado, e o caminho para a longevidade passa, inevitavelmente, por uma governança integrada, colaborativa e sustentável – onde todas as gerações têm voz e papel ativo na construção do legado.
O que você pensa sobre?
CR 🦉✨
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Artigo original: Leia aqui.