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Um bom executivo de finanças é um bom Conselheiro em uma empresa familiar?

Ao longo de décadas e centenas de reuniões de conselho em empresas familiares (EF), tenho observado que executivos de finanças são frequentemente consultados para decisões estratégicas que vão muito além de números e balanços. A questão que surge, tanto por parte desses profissionais quanto por parte das empresas, é: um bom executivo financeiro pode se tornar um bom conselheiro em uma EF?

 

Essa dúvida é legítima, pois embora o conhecimento técnico em finanças seja essencial, as competências necessárias para um conselheiro de resultados em uma EF envolvem uma gama muito mais ampla de habilidades. Vamos explorar as ameaças, oportunidades e riscos envolvidos, além de discutir como esses executivos podem se preparar para assumir esse papel estratégico.

 

A diferença entre gestão financeira e Conselhos estratégicos

Executivos financeiros estão acostumados a lidar com processos e resultados mensuráveis: controle de custos, fluxo de caixa, rentabilidade e compliance. No entanto, o papel de um conselheiro em uma empresa familiar envolve dinâmicas emocionais, culturais e familiares.

• Ameaça: a dependência excessiva de uma visão quantitativa pode limitar a capacidade do executivo em lidar com temas abstratos e subjetivos, como sucessão, legado e conflitos familiares.

• Oportunidade: Executivos financeiros bem-preparados podem agregar valor como facilitadores de processos de governança, ajudando a criar métricas claras para avaliar o desempenho da família empresária e do negócio.

 

Riscos e armadilhas na transição para Conselheiro

Há três principais riscos para o executivo financeiro ao se tornar conselheiro em uma EF:

Envolvimento excessivo: Executivos que já atuam na gestão podem se tornar excessivamente operacionais, interferindo nas decisões da administração.

Falta de neutralidade: nas EF, as relações familiares são complexas. O conselheiro deve manter neutralidade e evitar tomar partido, especialmente quando conhece detalhes íntimos das finanças e conflitos entre sócios.

Confusão de papéis: muitos executivos são abordados por membros da família para aconselhamentos informais. Isso pode criar sobreposição de funções e comprometer a governança.

 

MitigaçãO

Definir papéis claros e limites de atuação desde o início.

• Participar de formações específicas para conselheiros, como BFB – Balanced Family Business e governança ecossistêmica, para desenvolver uma visão mais abrangente e estratégica.

 

Exemplos práticos: quando a experiência financeira é um ativo

Criação de políticas de distribuição de lucros: um executivo financeiro pode ajudar a desenvolver regras claras de distribuição de dividendos, conciliando expectativas dos sócios com a sustentabilidade do negócio.

Mediação de conflitos em fusões e expansões: ao liderar discussões financeiras sobre aquisições ou parcerias, ele pode atuar como um mediador técnico, garantindo que o foco se mantenha nos dados e não em disputas emocionais.

Planejamento sucessório financeiro: pode contribuir para estruturar o processo de sucessão patrimonial, integrando a governança financeira à governança familiar.

 

Preparação para se tornar um Conselheiro de Resultados (CR)

Para ser um conselheiro eficaz, o executivo financeiro precisa desenvolver habilidades complementares, como:

• Inteligência emocional: para lidar com conflitos familiares e construir relacionamentos de confiança.

• Visão holística: compreender as interações entre negócio, família, patrimônio e sociedade.

• Governança Ecossistêmica: participar de formações como CR – Conselheiro Especialista em Empresas Familiares e IGS (Integração de Gerações Sustentáveis) para entender as dinâmicas específicas das EF.

 

Conclusão: o potencial está na preparação!

Embora não exista uma correlação automática entre ser um bom executivo financeiro e ser um conselheiro eficaz, o potencial para essa transição é real – desde que o executivo esteja disposto a desenvolver novas competências e compreender as particularidades das EF. A preparação é essencial para evitar armadilhas comuns e agregar valor real ao conselho.

 

Se você é um executivo financeiro interessado em se tornar conselheiro, invista em formações específicas e prepare-se para navegar nas complexidades emocionais e estratégicas das empresas familiares. Afinal, ser conselheiro não é apenas sobre números, mas sobre pessoas, legado e perpetuação estratégica.

 

Convido você a participar da nossa live no dia 11/11, onde vou aprofundar como a Integração de Gerações Sustentável (IGS) e a governança ecossistêmica são fundamentais para construir empresas que prosperam no presente e no futuro. Inscreva-se em: https://lnkd.in/dKTSufha

Artigo original: Leia aqui.