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Vamos tirar a família da empresa: cadê o Conselheiro?

A ideia de afastar a família da gestão das empresas familiares já foi amplamente difundida como uma “solução inteligente”. Durante anos, acreditou-se que a separação entre família e negócio seria o caminho ideal para profissionalizar a empresa e garantir sua perpetuação. Mas será que esse conceito ainda faz sentido? Com a evolução das empresas familiares e a implementação da governança ecossistêmica, a presença da família ganha uma nova e estratégica relevância. E nesse novo cenário, onde está o conselheiro para orientar esse equilíbrio?

 

O fim da retirada como solução: a ascensão da Governança Ecossistêmica

Historicamente, a recomendação era clara: afastar a família do dia a dia da empresa e limitar seu envolvimento apenas aos dividendos. Essa abordagem visava evitar conflitos familiares, aumentar a eficiência e atrair gestores externos. No entanto, a realidade se mostrou mais complexa. As famílias empresárias são parte fundamental do ecossistema e sua retirada pode resultar em perda de identidade, propósito e motivação.

 

Com a governança ecossistêmica, o papel da família na empresa passa por uma redefinição. Não se trata mais de retirar a família, mas de reposicioná-la estrategicamente. Fundadores e membros familiares podem assumir funções essenciais, como conselheiros, embaixadores da cultura e guardiões do legado. A ideia de que o fundador deve se retirar aos 65 anos também é obsoleta, especialmente com o aumento da longevidade. Agora, a família pode se manter ativa e agregar valor de forma sustentável.

 

A nova missão do Conselheiro: alinhar família e negócios

Com a evolução desse paradigma, surge uma nova pergunta: onde está o conselheiro preparado para lidar com essa complexidade? O conselheiro tradicional, acostumado a modelos corporativos, pode não estar pronto para atuar em uma empresa familiar.

 

A preparação para ser um CR – Conselheiro Especialista em Empresas Familiares exige uma compreensão profunda dos sete pilares do método BFB – Balanced Family Business: indivíduos-chave, família empresária, negócios, sociedade, meio ambiente, governança societária e propósito/legado.

A atuação do conselheiro é essencial para:

• Reorganizar o papel da família dentro do ecossistema, evitando afastamentos desnecessários e promovendo cooperação entre gerações.

• Equilibrar poder e responsabilidade entre membros familiares e gestores profissionais, garantindo uma governança saudável.

• Incorporar o propósito e o legado familiar nas decisões estratégicas, alinhando negócios e valores.

 

O impacto da família no negócio: não é sobre saída, mas sobre posicionamento

A família empresária é parte do DNA da empresa. Em vez de afastá-la, o desafio é posicionar seus membros nos lugares certos:

• Fundadores e membros seniores podem ocupar posições estratégicas nos conselhos, trazendo experiência e visão de longo prazo.

• Novas gerações devem ser integradas de forma colaborativa, recebendo formação e mentoria para assumir papéis relevantes.

• A cultura organizacional e os valores familiares precisam ser preservados e transmitidos como parte da identidade da empresa.

A governança ecossistêmica permite que a família continue envolvida sem sufocar a inovação ou a profissionalização. O segredo está na colaboração estratégica entre a família e a empresa, mediada por um conselheiro preparado para lidar com as particularidades desse ecossistema.

 

O Conselheiro como agente de perpetuação e transformação

O CR – Conselheiro Especialista em Empresas Familiares tem a missão de alinhar os interesses da família, dos negócios e da sociedade, garantindo que a empresa não apenas sobreviva, mas prospere ao longo do tempo. O CR não é apenas um mediador, mas um facilitador da perpetuação estratégica, ajudando a família a encontrar seu lugar no ecossistema empresarial e a construir um legado que transcenda gerações.

 

Entre suas principais responsabilidades estão:

• Facilitar a integração de gerações, promovendo continuidade sem rupturas.

• Ajudar na tomada de decisões estratégicas, alinhando o propósito familiar aos objetivos do negócio.

• Preservar a identidade e a cultura da empresa, mesmo em processos de expansão ou mudança.

• Incorporar práticas sustentáveis, alinhando a empresa às demandas sociais e ambientais contemporâneas.

 

Conclusão: não é sobre afastar, mas sobre posicionar

A ideia de “tirar a família da empresa” como solução inteligente ficou para trás. Com a governança ecossistêmica, o papel da família é ressignificado: não mais como um obstáculo, mas como uma vantagem estratégica. Fundadores e familiares têm espaço para agregar valor em posições-chave, sem interferir na inovação e profissionalização.

 

O papel do conselheiro é fundamental nessa jornada. Ele é o agente que garante que a família e a empresa encontrem o equilíbrio necessário para perpetuar seu legado e prosperar. A pergunta que fica é: onde estão os conselheiros preparados para esse desafio?

 

Se 95% das empresas são familiares, essa é uma questão que não pode ser ignorada. A sua empresa familiar está pronta para evoluir e deixar um legado que inspire as próximas gerações?

 

Convido você a participar da nossa live no dia 11/11, onde vou aprofundar como a Integração de Gerações Sustentável (IGS) e a governança ecossistêmica são fundamentais para construir empresas que prosperam no presente e no futuro. Inscreva-se em: https://lnkd.in/dKTSufha

Artigo original: Leia aqui.