Problemas gerados pela falta de alinhamento em uma empresa familiar. Por Cícero Rocha

Estar à frente de uma empresa é tarefa que exige tempo, dedicação e atenção sempre redobrada, mas quem trabalha com membros familiares tem elementos a mais para lidar. Com uma má gestão, os problemas mais comuns a virem a tona são: falta de planejamento, misturar conflitos pessoais com conflitos da empresa, falha na comunicação, regras e valores não definidos, além de pouca capacitação e experiência.

Infelizmente, é comum notar que muitas empresas familiares nascem de forma impulsiva, sem o devido cuidado com o planejamento de tudo o que virá a seguir e os primeiros passos que devem ser dados no novo negócio. O planejamento anda lado a lado com isso. Portanto, o planejamento é um pilar principal para um ecossistema familiar.

Outro erro grave é o de misturar os problemas pessoais e da companhia, isso torna a rotina do negócio extremamente bagunçada e com grandes chances de comprometer toda uma cadeia de planos. É importante ter tudo isso separado: o que é cunho familiar deve ser resolvido no ambiente familiar e as questões da empresa devem ser tratadas no negócio. Assim, nada sai do controle e o ecossistema familiar e empresarial continua saudável. Então, não se deve levar discussões familiares para o ambiente de trabalho, a solução é tentar ao máximo separar os assuntos pessoais com os da empresa. E se ainda assim não for possível, pois vocês dividem uma sala ou tarefas, vale a pena ter uma conversa séria antes do dia de trabalho. Esse diálogo deve ter o objetivo de firmar um pacto de que só falarão sobre o problema em si quando estiverem no ambiente familiar.

A falta de comunicação com gestores e donos da empresa tende a ser mais frequente em uma empresa familiar, motivado por parentes que tendem a afrouxar mais determinadas responsabilidades, já esperando que o outro as faça. Não deixe de fazer reuniões semanais só porque na sua casa, você vai jantar com os outros membros da família que trabalham com você. É essencial manter o ambiente de trabalho profissional com a frequente demanda de trocas de informações, diálogos e comunicação ativa diariamente. Outra questão, não é porque a sua empresa é familiar que as regras não existem! Elas devem fazer parte da base da companhia, estando enraizadas nas mentes de todos os indivíduos-chaves na gestão do negócio. Regras devem ser seguidas, respeitadas e não deixadas de lado só porque a família trabalha junto.

Muitos donos de empresas familiares emprega parentes, que não têm experiência na área e ganham postos importantes na empresa só por conta do grau de parentesco. Se você quer empregar essa pessoa, invista primeiro nas habilidades de que ela precisa! Não adianta colocar alguém que você conhece à frente do negócio só pela afeição que existem entre vocês. Jamais se esqueça de que é o seu negócio que está ali. Assim, ele precisa de profissionais extremamente capacitados que o levem ao sucesso.

A maioria desses exemplos de problemas de empresas familiares existe o tempo todo e se faz presente em muitas companhias. Mas é preciso colocar em prática quanto antes medidas para evitar que seu lado pessoal interfira no profissional. Sua empresa precisa de você e da sua família unidos, em prol de algo maior e que seja a geração de novas ramificações, e não a perda delas!

 

Cícero Rocha,

Fundador do Instituto Empresariar e Referência em Empresas Familiares.

O que fazer quando a nova geração NÃO quer trabalhar na empresa da família? Por Cícero Rocha

Esse questionamento é muito frequente no meu dia a dia.

Em uma entrevista a uma repórter da Rede Globo, essa questão me foi feita e retruquei que talvez a pergunta não fosse essa, e sim: “Por que elas não querem?”

Em minhas experiências nesses 20 anos cheguei a alguns entendimentos ainda pouco tratados de forma prática pela literatura e pelos especialistas e que venho utilizando com elevado sucesso na inclusão dessas gerações. É um processo metodológico que leva a construção de “Capital Emocional Positivo” desses indivíduos com o ecossistema empresa familiar.

Por que positivo?

Porque muitos desses jovens e adultos também foram impactados negativamente nas relações com as empresas da família.

Como assim? Destaco:

1) memórias que geram crenças limitadoras, tipo: em que a empresa é um lugar sofrimento, conflitos, guerra … na sua maioria implantadas pelos indivíduos chaves – fundadores, fundadoras, familiares que estão na empresa… – que alimentaram e alimentam a infância de muitos;

2) a família empresária constrói relações e mecanismos emocionais negativos – competitividade entre membros, julgamentos precoces de quem é competente ou não, gerando conflitos familiares que são responsabilizadas à empresa;

3) o ambiente da empresa não preparado, ou pior, preparado de forma inadequada e simplória para as relações complexas entre empresas e família. É incrível como todo mundo tem uma solução simples pras empresas familiares, mas que não funciona!

4) uma visão míope na preparação da família para que seus membros sejam somente herdeiros ou sucessores e não como indivíduos chave – felizes, cuidem da harmonia da família, lideranças da empresas … -.

Um dos cases mais vivenciados por mim é na nossa empresa familiar, onde todas as minhas filhas são impactadas positivamente desde criança.

Esse ano chegou a terceira geração. Essa da foto é a Cecília, a nossa primeira netinha que vem sendo bastante estimulada de forma positiva, liderada pela sua mãe Camilla, nossa filha do meio.

Aguarde a Cecília em breve nas “paradas”.

Quer saber mais? Tenha acesso a mais conteúdos do Instituto Empresariar no YouTubehttps://lnkd.in/gT8GSAK ou no nosso site: https://lnkd.in/eTHwxaP

 

Cícero Rocha,

Fundador do Instituto Empresariar e Referência em Empresas Familiares.

Divisão do poder em uma empresa familiar. Por Cícero Rocha

Às vezes, os problemas na empresa familiar envolvem disputas por dinheiro ou poder e isso está diretamente ligado à relação entre os membros da família. O líder primário não pode fazer distinção de poder entre os membros, ou seja, não se pode dar mais poder para um indivíduo-chave do que para outro e assim sucessivamente com toda equipe.

É necessário que demandas e direitos sejam acertados entre a família e equipe de forma justa, obviamente um patriarca ou uma matriarca irão estar na liderança por um tempo até que ocorra um processo de sucessão familiar, bem planejado e executado, mas os filhos e demais parentes que muitas vezes fazem parte do ecossistema devem ser tratados e designados de forma igualitária de acordo com as necessidades da empresa e suas respectivas funções.

Por exemplo, é necessário que haja um acordo familiar entre todos, que determina como será a relação entre a família, os sócios e a empresa. Que determinará a responsabilidade de cada um, tanto em decisões importantes como na resolução de problemas, sempre deixando claro o nível de autonomia de cada e o que todos em comum acordo julgarem necessário no acordo estabelecido. Além disso, é de suma importância que haja um conselho familiar, que pode ainda conter pessoas externas à empresa, como outros empresários, consultores e conselheiros.

Com estes passos o processo de divisão de poder dentro de uma empresa familiar se torna algo mais leve, tendo em vista que todos em comum acordo conseguirão decidir o código de ética do negócio, fazer o planejamento estratégico, avaliar como está o cumprimento das metas estabelecidas, definir os critérios para ingresso de membros da família na empresa, decidir o processo de preparação de herdeiros e de sucessão na gestão da empresa. E o combate de possíveis problemas, conflitos e crises da empresa.

Se a sua empresa estiver precisando reestabelecer ou implantar esses pontos, fique a vontade para bater um papo comigo e a equipe do Instituto.

 

Cícero Rocha,

Fundador do Instituto Empresariar e Referência em Empresas Familiares.